Trama golpista: Anderson Torres desiste de apresentar recurso contra condenação
O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública foi sentenciado a 24 anos de prisão por participar do plano de golpe que resultou nos acontecimentos de 8/1
A defesa de Anderson Torres informou nesta quarta-feira (3) que o ex-ministro de Justiça e Segurança Pública solicitou aos seus advogados que não apresentassem novos recursos contra a decisão da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal). Ele foi condenado a 24 anos de prisão por participar da trama golpista que resultou nos acontecimentos de 8 de Janeiro.
Segundo os advogados de Torres, o ex-ministro cumprirá “ainda que irresignado” a pena imposta. Ele também se colocou à disposição para colaborar com atividades administrativas do 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, onde está preso. Desde 25 de novembro, Anderson e outros réus no inquérito do golpe começaram a cumprir suas respectivas penas por decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Em comunicado enviado à Jovem Pan, a defesa de Torres afirmou que ele “não renunciará ao direito de buscar, no momento oportuno, pleno conhecimento de sua inocência”.
ENTENDA
Anderson Torres integrou o chamado núcleo central no inquérito da trama golpista. O grupo teria sido responsável por articular a tentativa de golpe após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição de 2022 e a execução do atual chefe do Executivo, de Moraes e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública foi condenado pela Primeira Turma do STF em 11 de setembro por cinco crimes:
- Organização criminosa armada: 5 anos;
- Tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito: 6 anos;
- Tentativa de golpe de Estado: 8 anos;
- Dano qualificado por violência e grave ameaça: 2 anos e 6 meses, além de 50 dias-multa;
- Deterioração de patrimônio tombado: 2 anos e 6 meses, além de 50 dias-multa.
Com ele, foram julgados o ex-presidente Jair Bolsonaro, o general Augusto Heleno, o ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Neto, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-ajudante de ordens Mauro Cid.