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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu nesta terça-feira (18) na Casa Branca o príncipe herdeiro e primeiro-ministro da Arábia Saudita, Mohammad bin Salman (conhecido como MBS), e disse que este “não sabia de nada” sobre o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi.
Segundo informações da agência Reuters, em conversa com a imprensa no Salão Oval da Casa Branca, uma repórter perguntou sobre o assassinato de Khashoggi e Trump chamou a jornalista de “fake news”.
“Muitas pessoas não gostavam desse senhor de quem você está falando [Khashoggi]. Gostando ou não dele, coisas acontecem, mas ele [MBS] não sabia de nada. E podemos parar por aqui. Você não precisa constranger nosso convidado com uma pergunta dessas”, afirmou o presidente americano.
Já MBS, que sempre negou envolvimento no crime, disse que o caso foi “doloroso para nós na Arábia Saudita”.
“Seguimos todos os procedimentos corretos de investigação na Arábia Saudita e aprimoramos nosso sistema para garantir que nada parecido acontecesse. É doloroso e foi um grande erro. Estamos fazendo o possível para que isso não se repita”, disse o príncipe herdeiro.
Khashoggi era um jornalista saudita crítico ao reino de Riad e em outubro de 2018 foi morto no consulado do país árabe em Istambul, na Turquia. Após ser estrangulado, seu corpo foi desmembrado e dissolvido em ácido, segundo autoridades turcas.
No mês seguinte à morte, a CIA da primeira gestão Trump concluiu que MBS ordenou o assassinato de Khashoggi.
No mesmo mês, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos aplicou sanções via Lei Magnitsky contra 17 cidadãos da Arábia Saudita acusados de participação na morte do jornalista. Entre os sancionados, estava Saud al-Qahtani, então assessor de MBS.
A Arábia Saudita é, ao lado de Israel, o principal parceiro dos EUA no Oriente Médio e Trump tenta trazer Riad para os Acordos de Abraão, por meio dos quais países muçulmanos normalizaram relações com os israelenses.
Nesta terça-feira, MBS disse que a Arábia Saudita quer “fazer parte dos Acordos de Abraão, mas também queremos ter certeza de que estamos trilhando um caminho claro para a solução de dois Estados”, afirmou, em referência à criação de um Estado Palestino, condição imposta por Riad para aderir ao compromisso.


