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O Departamento de Estado da gestão Donald Trump anunciou nesta quarta-feira (3) que vai revogar vistos americanos de cidadãos da Nigéria, o que pode incluir autoridades do país africano, que estiveram envolvidos em perseguição e violência contra cristãos.
“Uma nova política, nos termos da Seção 212(a)(3)(C) da Lei de Imigração e Nacionalidade, permitirá ao Departamento de Estado restringir a emissão de vistos a indivíduos que tenham ordenado, autorizado, apoiado significativamente, participado ou cometido violações da liberdade religiosa e, quando apropriado, a seus familiares imediatos”, informou a pasta, em comunicado no qual afirmou que a normativa pode ser aplicada a cidadãos de outros países envolvidos nesse tipo de violência.
“Como o presidente Trump deixou claro, os ‘Estados Unidos não podem ficar de braços cruzados enquanto tais atrocidades acontecem na Nigéria e em diversos outros países’. Esta política se aplicará à Nigéria e a quaisquer outros governos ou indivíduos envolvidos em violações da liberdade religiosa”, disse o Departamento de Estado.
No final de outubro, Trump designou a Nigéria como um país de preocupação especial devido à perseguição contra cristãos por grupos terroristas como o Boko Haram e o Estado Islâmico da Província da África Ocidental (Iswap, na sigla em inglês), o que abre a possibilidade de sanções contra o país africano.
Além dessa designação, o mandatário republicano solicitou aos deputados Riley Moore e Tom Cole, este presidente da Comissão de Orçamento da Câmara, para que investiguem o assunto e apresentem um relatório.
No dia seguinte, 1º de novembro, o presidente americano foi além e disse que, “se o governo nigeriano continuar permitindo o assassinato de cristãos, os EUA suspenderão imediatamente toda a ajuda e assistência à Nigéria” e poderão realizar ações dentro do país africano “para eliminar completamente os terroristas islâmicos que estão cometendo essas atrocidades horríveis”.
Após a pressão de Trump, Bayo Onanuga, porta-voz do presidente nigeriano, Bola Ahmed Tinubu, anunciou na semana passada que Nigéria e EUA concordaram em fortalecer sua cooperação em segurança durante conversas entre delegações dos dois países dias antes.
Na ocasião, a delegação nigeriana rejeitou as acusações de cumplicidade no assassinato de cristãos e alegou que “os ataques violentos afetam famílias e comunidades de diferentes religiões e grupos étnicos”.

