CPMI do INSS cancela sessão após adiar depoimentos; presidente diz que manobras não serão aceitas

Reunião é prejudicada pela ausência de depoentes: um tem habeas corpus e outro apresentou atestado médico

  • Por Rany Veloso
  • 17/11/2025 11h35 - Atualizado em 17/11/2025 11h48
Waldemir Barreto/Agência Senado O senador Carlos Viana, presidente da CPMI do INSS, durante oitiva na comissão O senador Carlos Viana, presidente da CPMI do INSS, durante oitiva na comissão

A sessão da CPMI do INSS marcada para a tarde desta segunda-feira (17), às 14h30, foi cancelada após a confirmação de que dois dos depoentes previstos não compareceriam. O presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), disse que “nenhuma manobra, ausência ou protelação irá impedir o
avanço das investigações”.

Jucimar Fonseca da Silva, ex-coordenador de Pagamentos e Benefícios do INSS, apresentou um atestado médico à comissão, alegando impossibilidade de prestar depoimento. Por isso, ele deverá passar por uma avaliação médica oficial antes de uma nova data ser definida. Jucimar é alvo de 11 requerimentos de convocação, incluindo um apresentado pelo senador Izalci Lucas (PL-DF).

O parlamentar afirma que o ex-coordenador ocupava “uma posição nevrálgica” no INSS e seria peça central no esquema que permitiu descontos irregulares em benefícios de aposentados e pensionistas. Izalci também aponta que Jucimar assinou uma nota técnica que autorizou o desbloqueio em lote de descontos associativos a pedido de uma entidade envolvida no caso.

O outro depoente, o empresário Thiago Schettini, convocado por quatro requerimentos, tem habeas corpus concedido pelo STF, o que lhe garante o direito de escolher se comparece ou não à comissão. Schettini é mencionado em requerimento do deputado Rogério Correia (PT-MG), que o aponta como um dos “facilitadores” do desvio de aposentadorias. Ele teria recebido recursos de Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS. Sem a presença dos convocados, a reunião foi oficialmente cancelada.

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“Comunico que a reunião da CPMI prevista para esta segunda-feira foi oficialmente cancelada. O investigado Schettini obteve recentemente decisão de Habeas
Corpus, garantindo-lhe o direito de não comparecer, e informou que não virá. O investigado Jucimar apresentou atestado médico alegando impossibilidade de prestar depoimento. Entretanto, após avaliação realizada pela junta médica do Senado Federal, foi concluído que ele possui plena condição de depor. Diante disso, a CPMI poderá insistir em sua oitiva em momento oportuno. Reitero que nenhuma manobra, ausência ou protelação irá impedir o avanço das investigações”, disse Carlos Viana.