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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a comentar, neste sábado (22), a prisão do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em entrevista à rádio BandNews, ele afirmou que o local em que o pai é mantido é secundário e acusou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de promover um “jogo de tortura”.
“O lugar da prisão é o de menos; Moraes o está colocando na prisão para morrer”, disse Eduardo Bolsonaro à rádio BandNews.
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Para o filho do ex-presidente, a luta agora é pela liberdade e não para evitar que ele seja levado ao presídio da Papuda, penitenciária em Brasília.
Preso preventivamente na manhã deste sábado (22), Jair Bolsonaro deve ser mantido em um espaço reservado a autoridades e altas figuras públicas, chamado de “sala de Estado”.
A superintendência da Polícia Federal, em Brasília, conta com sala, mesa, cadeira, cama de solteiro, um banheiro privativo, ar-condicionado, janela, armário e um frigobar.
Para o parlamentar, a prisão em regime fechado equivale a uma tentativa de assassinato contra o ex-presidente. Ele afirma que haveria um plano para forçar Jair Bolsonaro a abrir mão de seu capital político por meio do que classificou como "tortura".
“Ele o coloca na cadeia para assassiná-lo, é um plano de tortura”, declarou o deputado. “Ele usou de todos os artifícios para que Bolsonaro delegasse a alguém seu capital político; como ele resistiu a isso tudo, Moraes quer encarcerá-lo”, disse.
Eduardo Bolsonaro também mencionou as condições de saúde do pai, que, segundo ele, tornam a prisão desnecessária.
“Sim, porque isso é uma tortura desnecessária. [Ele] foi dezenas de vezes ao hospital. Passou por cirurgias. Este tratamento é para torturá-lo.”
O deputado afirmou ainda que a estratégia teria como objetivo enfraquecer a base de apoio ao ex-presidente.
“Tenta assim acabar com o movimento. Moraes apela para tentar matar Jair e acabar com o movimento, mas ele não acaba com o líder preso”, concluiu Eduardo Bolsonaro.
Fundamentos da prisão
Moraes mandou levar Bolsonaro à Superintendência da PF em prisão preventiva com base em três fundamentos.
O primeiro seria o risco de fuga devido a uma vigília de orações, promovida pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), próxima à residência do ex-presidente, onde ele até então estava preso.
O segundo seria o impedimento de eventual prisão caso a multidão ocupasse o local. Por fim, o ministro citou a violação da tornozeleira eletrônica por Bolsonaro. O próprio ex-presidente teria admitido à polícia ter usado um ferro quente no equipamento por “curiosidade”, segundo informações da PF.
O ministro ainda não fez nenhum comentário público sobre a prisão de Bolsonaro. A reportagem procurou o STF para comentar as acusações de Eduardo sobre os procedimentos de Moraes e a resposta foi que Moraes fala apenas nos autos do processo.