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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reagiu, em uma live transmitida neste sábado (22) no YouTube, à prisão preventiva do pai e ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, o país “acordou triste com mais esse capítulo tenebroso da destruição da nossa democracia, com mais um ato de covardia contra um homem inocente, honesto e que fez o melhor pelo seu país”.
A fala ocorreu poucas horas após a decisão que levou Bolsonaro para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Flávio criticou especialmente o trecho da decisão que cita como risco a vigília convocada por ele próprio para as 19h deste sábado, no balão do Jardim Botânico, próximo ao condomínio onde o ex-presidente mora. O senador havia chamado apoiadores para um encontro “pela saúde do pai” e pela “liberdade do Brasil”.
Flávio afirmou que Alexandre de Moraes criminalizou “o direito sagrado constitucional de reunião, do livre exercício da crença”. “Ele está dizendo que eu não posso orar pelo meu pai, pelo meu país, que eu não posso pedir amparo para rezar um Pai-Nosso em cima de um carro de som porque isso seria um subterfúgio para uma fuga do Bolsonaro”, disse.
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Na transmissão, Flávio voltou a afirmar que o pai é vítima de um “processo forjado” e de um “jogo de cartas marcadas”. Segundo ele, vídeos gravados por Bolsonaro após as eleições demonstrariam que não houve incentivo a atos antidemocráticos. “O Bolsonaro não fez absolutamente nada de errado. As provas dos autos falam a favor de Bolsonaro”, afirmou.
O senador também contestou a interpretação de que houve tentativa de romper ou manipular a tornozeleira eletrônica do ex-presidente durante a madrugada. Para ele, a tese não se sustenta. “Tem algum sentido manipular a tornozeleira e esperar 19 horas para depois tentar fugir?”, questionou.
O senador destacou ainda o forte aparato de fiscalização no condomínio: policiais na porta 24 horas, câmeras apontadas para a rua e inspeções diárias dentro da casa. “Olha a insanidade do ponto a que se chegou. Ninguém é tratado dessa forma”. Flávio afirmou que o movimento da direita não será enfraquecido. “Não vão silenciar esse movimento, não vão acabar com esse movimento.”
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Os irmãos Carlos e Eduardo Bolsonaro também se manifestaram sobre a prisão do pai nas redes sociais na tarde deste sábado (22). Carlos (PL-RJ) escreveu que, “na leitura de muitos, toda essa orquestra foi montada para levar Jair Bolsonaro ao limite que o sistema tolera”. Segundo ele, após tentarem neutralizar Bolsonaro com a prisão domiciliar, avançou-se para “algo ainda mais brutal: uma prisão humilhante, onde o recado fica claro — abra mão da sua força ou morra sozinho numa cela”.
Em sua avaliação, o objetivo agora seria “fabricar uma direita permitida”, que não ameace os “esquemas que realmente mandam”. Carlos citou ainda o “escândalo bancário”, a Venezuela, os Estados Unidos e “articulações obscuras”, concluindo que “o objetivo não muda: querem Jair Bolsonaro enterrado vivo. Ou morto, como já tentaram”.
O senador Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pediu que os apoiadores não esmoreçam diante da prisão. “Quero pedir para não desanimarem. O nosso adversário quer que estejamos desesperados. Ele intencionalmente espera que a reação a isso tudo seja um desânimo e aquele sentimento de ‘já acabou’. Não acabou”, afirmou.
De acordo com Eduardo, os apoiadores de Jair Bolsonaro “têm a verdade ao seu lado” e devem seguir atuando. “Nós somos corajosos. Então a gente vai continuar, agora sim, mais do que nunca, trabalhando para se fazer justiça no Brasil, que começa, vocês sabem, com a pauta da anistia.” Ele concluiu dizendo que “é chegado o momento de colocar energia máxima e não permitir mais que o Brasil seja o quintal de ditadores”.




