IPCA-15
Índice fechou o ano abaixo do teto de 4,5%, impactado principalmente por itens como Habitação e Alimentos e bebidas. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

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A prévia da inflação subiu 0,25% em dezembro e fechou o ano com alta de 4,41%, ficando abaixo do teto da meta oficial segundo dados do IBGE divulgados nesta terça (23). Com isso, o índice encerra 2025 dentro da margem definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que estabelece centro de 3% e tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

O resultado afasta a obrigação de o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, justificar formalmente o descumprimento da meta. Na prática, o número confirma que a inflação terminou o ano abaixo do teto da meta -- de 4,5% --, apesar da pressão em itens sensíveis ao bolso do consumidor.

Em dezembro, o principal impacto veio do grupo Transportes, puxado pelas passagens aéreas em época de férias que dispararam 12,71% em relação ao mês anterior. O transporte por aplicativo também pesou, com alta de 9% no período.

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O IPCA-15 também foi impactado pelos combustíveis, com uma alta média de 0,26%. O etanol subiu 1,70% e a gasolina avançou 0,11%, enquanto o gás veicular e o óleo diesel recuaram 0,26% e 0,38%, respectivamente.

O vestuário somou entre os itens que ficaram mais caros em dezembro também refletindo reajustes típicos de fim de ano. As roupas infantis subiram 1,05%, as femininas 0,98% e as masculinas 0,70%.

Já o grupo Alimentação e bebidas variou apenas 0,13% no mês, um alívio parcial para as famílias. A alimentação no domicílio voltou a cair e registrou o sétimo mês consecutivo de recuo, segundo o IBGE. Em sentido oposto, comer fora de casa ficou mais caro em dezembro subindo 0,65%, com altas de 0,99% no lanche e 0,62% na refeição.

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No acumulado do ano, o maior impacto sobre a inflação veio do grupo Habitação, que avançou 6,69%. A energia elétrica residencial, com alta de 11,95%, respondeu sozinha por 0,47 ponto percentual do índice anual.

O segundo maior peso anual foi novamente da Alimentação e bebidas, que subiu 3,57% em 2025. Dentro desse grupo, o maior vilão foi o consumo fora de casa, que segue pressionando o orçamento das famílias. O lanche acumulou alta expressiva de 11,34% no ano, enquanto a refeição subiu 6,25%.

Entre os produtos comprados nos mercados, o café chamou atenção ao disparar 41,84% no acumulado do ano. Por outro lado, o arroz ficou 26% mais barato, enquanto o leite longa vida e a batata-inglesa registraram quedas de 10,42% e 27,7%, respectivamente.