O presidente Lula (PT) participou, na Colômbia, da cúpula entre a Celac e a União Europeia, priorizando compromissos internacionais enquanto o Paraná enfrentava os efeitos de um tornado que destruiu 90% da cidade de Rio Bonito do Iguaçu e causou seis mortes.

Durante o encontro, Lula concentrou sua participação em prestar "solidariedade" ao governo do ditador venezuelano, Nicolás Maduro, e fazer críticas indiretas aos Estados Unidos. A reunião foi marcada por ausências de destaque, como Ursula von der Leyen (União Europeia), assim como o presidente uruguaio Yamandú Orsi, a presidente do México Claudia Sheinbaum e o presidente argentino Javier Milei.

O presidente expressou solidariedade às vítimas do Paraná por meio de publicações nas redes sociais e enviou a ministra Gleisi Hoffmann ao município. Segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, a posição adotada por Lula não interfere nas negociações com o governo Trump sobre o tarifaço.

Derrite endurece projeto de Lula contra facções

O deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP), relator do projeto de lei antifacção, modificou a proposta original do governo Lula (PT) para incluir as organizações criminosas como o Comando Vermelho (CV) e o PCC na Lei Antiterrorismo. Portanto, o parecer foi protocolado e está pronto para votação.

Assim, a mudança representa uma derrota política para o Governo Lula. Afinal, a gestão petista rejeita classificar as facções como terroristas por temer a possibilidade de intervenção dos Estados Unidos no Brasil. Enquanto Lula tentou apenas reforçar a Lei das Organizações Criminosas, Derrite propôs enquadrar os atos mais graves na Lei Antiterrorismo, um arcabouço legal mais rígido.

Com efeito, a discussão ocorre em paralelo à tramitação de outra proposta semelhante, o PL 1.283/2025. A saber, o projeto tem autoria do deputado Nikolas Ferreira, cuja tramitação foi adiada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) após pressão do governo.

Relatório da PM mostra o avanço e domínio do Comando Vermelho

Um relatório de inteligência da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PM-RJ) revelou o avanço e o domínio territorial do Comando Vermelho (CV) em 70 dos 92 municípios fluminenses, o equivalente a 76% do estado. A facção controla 1.036 dos 1.648 locais mapeados (62,8%), atuando sem rivais em 36 cidades.

O documento aponta que a facção expandiu seu modelo de negócios para além do tráfico de drogas, que hoje representa apenas entre 10% e 15% do seu faturamento. Em vez disso, o CV passou a explorar economicamente os territórios, replicando atividades típicas de milícias, como a cobrança de taxas sobre gás, luz, internet e transporte local.

Ainda, o relatório mostra a influência do grupo alcançando bairros vizinhos. Um provedor de internet relatou que perdeu 20 mil assinantes para concorrentes “ligados diretamente ao Comando Vermelho”.

Veja os destaques do Café com a Gazeta do Povo desta segunda-feira (10)

  • DEFESA DE BOLSONARO VAI APRESENTAR NOVO RECURSO CONTRA CONDENAÇÃO;
  • FLÁVIO VÊ “VINGANÇA PESSOAL” DE MORAES CONTRA BOLSONARO EM JULGAMENTO;
  • PRIMEIRA TURMA DO STF FORMA MAIORIA PARA TORNAR TAGLIAFERRO RÉU;
  • TRUMP: CONSTRUÇÃO DE ESTRADA EM BELÉM VIROU “GRANDE ESCÂNDALO”;

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