O que é a cocaína negra, droga apreendida no AM que pode custar 10x mais do que a comum
Entorpecente é misturado a carvão e outras substâncias para burlar fiscalização com cães e testes químicos; polícia apreendeu 34 kg em mansão de luxo, em Manaus
Uma operação da Polícia Civil do Amazonas resultou na apreensão de 34 kg de “cocaína negra”, uma variação quimicamente modificada do entorpecente, projetada para ser praticamente indetectável. A droga, avaliada em até dez vezes mais que a cocaína tradicional, estava escondida em fundos falsos de móveis e quadros em uma mansão de luxo no bairro Ponta Negra. A residência, que contava com campo de futebol e heliporto, era utilizada como base logística para uma organização criminosa de tráfico internacional.
O que é e como funciona a cocaína negra?
A cocaína negra é uma mistura da cocaína tradicional com diversas substâncias, como carvão ativado, toner de impressora e outros corantes. O objetivo desta alteração é mascarar a cor e, principalmente, o cheiro característico da droga. Segundo a perícia, os traficantes modificam quimicamente a cocaína, criando um composto que impede a reação nos testes rápidos (narco-testes) e neutraliza o odor, enganando até mesmo cães farejadores.
Devido a essa complexidade, a droga só pôde ser identificada após exames aprofundados em laboratório. O processo químico para depois reverter a mistura e isolar a cocaína pura é complexo e caro, o que eleva exponencialmente o valor de mercado do entorpecente.
Operação em Manaus
A investigação revelou que a droga encontrada na capital amazonense veio do Peru, utilizando a “Rota do Solimões”, um corredor estratégico para o narcotráfico. De acordo com as autoridades, o destino final do carregamento era a Austrália.
Na ação policial, um casal de caseiros de nacionalidade peruana foi preso em flagrante. A proprietária da mansão, também peruana, não estava no Brasil durante a operação e, por meio de sua defesa, afirmou que colaborará com as investigações.

