O que é a cocaína negra, droga apreendida no AM que pode custar 10x mais do que a comum

Entorpecente é misturado a carvão e outras substâncias para burlar fiscalização com cães e testes químicos; polícia apreendeu 34 kg em mansão de luxo, em Manaus

  • Por Jovem Pan
  • 17/11/2025 12h22
Reprodução / TV Globo Cocaína negra é uma mistura da cocaína tradicional com diversas substâncias, como carvão ativado, toner de impressora e outros corantes Cocaína negra é uma mistura da cocaína tradicional com diversas substâncias, como carvão ativado, toner de impressora e outros corantes

Uma operação da Polícia Civil do Amazonas resultou na apreensão de 34 kg de “cocaína negra”, uma variação quimicamente modificada do entorpecente, projetada para ser praticamente indetectável. A droga, avaliada em até dez vezes mais que a cocaína tradicional, estava escondida em fundos falsos de móveis e quadros em uma mansão de luxo no bairro Ponta Negra. A residência, que contava com campo de futebol e heliporto, era utilizada como base logística para uma organização criminosa de tráfico internacional.

O que é e como funciona a cocaína negra?

A cocaína negra é uma mistura da cocaína tradicional com diversas substâncias, como carvão ativado, toner de impressora e outros corantes. O objetivo desta alteração é mascarar a cor e, principalmente, o cheiro característico da droga. Segundo a perícia, os traficantes modificam quimicamente a cocaína, criando um composto que impede a reação nos testes rápidos (narco-testes) e neutraliza o odor, enganando até mesmo cães farejadores.

Devido a essa complexidade, a droga só pôde ser identificada após exames aprofundados em laboratório. O processo químico para depois reverter a mistura e isolar a cocaína pura é complexo e caro, o que eleva exponencialmente o valor de mercado do entorpecente.

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Operação em Manaus

A investigação revelou que a droga encontrada na capital amazonense veio do Peru, utilizando a “Rota do Solimões”, um corredor estratégico para o narcotráfico. De acordo com as autoridades, o destino final do carregamento era a Austrália.

Na ação policial, um casal de caseiros de nacionalidade peruana foi preso em flagrante. A proprietária da mansão, também peruana, não estava no Brasil durante a operação e, por meio de sua defesa, afirmou que colaborará com as investigações.