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Pós-Boric amarga e esquerda crava pior resultado em 35 anos de democracia no Chile - Conex

17/11/2025 02:00 Conexão Política
Foto: ABr
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O Chile vive, neste domingo (16), o ponto mais baixo da esquerda em 35 anos de democracia. A apuração atualizada das urnas confirma que o campo esquerdista amarga seu pior desempenho desde o fim do regime militar, resultado que recai sobre o eixo pós-Gabriel Boric marcado por retração política, perda de influência e queda acentuada do capital eleitoral da coalizão governista.

Aliado do presidente Lula, Boric encerrou seu mandato muito abaixo da expectativa que o setor progressista ainda achava que conseguiria capaz de reverter. Com mais de 70% das urnas apuradas, a comunista Jeannette Jara aparece com 26,7% dos votos, sustentando isoladamente a presença da esquerda entre os principais nomes da disputa. A soma dos demais candidatos progressistas é residual, fazendo com que todo o bloco não chegue a um terço do eleitorado.

O dado representa um marco histórico: nunca, em três décadas e meia de democracia plena, a esquerda havia registrado participação tão reduzida em uma eleição presidencial. O resultado joga sobre o monitor o desgaste do governo de Gabriel Boric, que chega ao fim do mandato enfrentando queda de popularidade, pressões por segurança pública, dificuldades econômicas e rupturas internas.

O encolhimento do campo progressista, agora capturado pelas urnas, traduz também o que já era perceptível nas ruas e nas pesquisas, mas que só se confirmou em sua totalidade na votação do pleito geral. No Legislativo, o fenômeno se repete. A direita e o centro somam maioria, enquanto a esquerda aparece atrás nos dois poderes, com bancadas menores e capacidade reduzida de influência. O bloco com o ambiente político que elegeu Boric em 2021 é inexpressivo e sela o fim daquele ciclo.

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