Premiê do Canadá recebe Zelensky e diz que paz exige ‘Rússia disposta’ a cooperar
Bombardeio russo com drones e mísseis deixou mortos, feridos e cortes de energia em Kiev; neste domingo (28), líder ucraniano se encontrará com Donald Trump
O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, condenou neste sábado (27) os novos ataques russos contra Kiev, classificando-os como “barbárie”, e afirmou que qualquer acordo de paz na Ucrânia só será possível com uma “Rússia disposta” a cooperar. A declaração foi feita durante encontro com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, em Halifax.
“Temos as condições para uma paz justa e duradoura, mas isso exige uma Rússia disposta. A barbárie que vimos ontem à noite demonstra o quanto é importante permanecermos ao lado da Ucrânia”, afirmou Carney. Zelensky fez escala no Canadá a caminho da Flórida, onde deve se reunir neste domingo (28) com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para dar sequência às negociações sobre um plano para encerrar a guerra, que já dura quase quatro anos.
Ainda em Halifax, o presidente ucraniano deve participar de uma videoconferência com líderes europeus antes de seguir viagem aos Estados Unidos. Ele disse esperar que a reunião com Trump, sobre um novo plano de 20 pontos para o fim do conflito, seja “muito construtiva”.
Zelensky afirmou que o bombardeio de cerca de 10 horas contra Kiev e regiões vizinhas, ocorrido durante a madrugada, foi “a resposta da Rússia aos nossos esforços de paz”. “Isso demonstra claramente que Putin não quer a paz, enquanto nós queremos”, declarou.
Segundo autoridades ucranianas, cerca de 500 drones e 40 mísseis atingiram a capital e seu entorno, deixando ao menos dois mortos, dezenas de feridos e provocando cortes no fornecimento de eletricidade e aquecimento para centenas de milhares de pessoas, em meio a temperaturas extremamente baixas.
Durante o encontro, Carney também anunciou um novo pacote de ajuda econômica de 2,5 bilhões de dólares canadenses (cerca de R$ 10,1 bilhões) à Ucrânia. Segundo ele, os recursos devem ajudar a destravar financiamentos internacionais voltados à reconstrução do país.
*Com informações da AFP

