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Após décadas de dependência dos Estados Unidos, a Europa está sendo pressionada a dedicar mais recursos para sua própria defesa, principalmente em meio à escalada de tensões com a Rússia no continente.
Os apelos do presidente Donald Trump em relação à Otan e à União Europeia parecem ter surtido efeito, visto que os países europeus anunciaram uma série de medidas financeiras e políticas visando uma maior preparação para eventuais cenários de guerra nos próximos anos.
O exemplo mais claro disso é o pacote para reforçar a segurança e defesa coletiva, avaliado em 800 bilhões de euros (cerca de R$ 5,2 trilhões), que foi chamado de “Rearmar a Europa” (ou “Prontidão 2030”). O documento prevê o aumento da produção de armas, mais despesas com sistemas de artilharia, mísseis, defesa aérea, munições e drones.
Além dos gastos conjuntos, individualmente, os países decidiram dedicar mais recursos para sua própria proteção. É o caso da França, que estipulou uma meta de dobrar os gastos militares em US$ 74,8 bilhões (64 bilhões de euros) na próxima década.
O governo de Emmanuel Macron também avalia a reintrodução do serviço militar obrigatório, quase 30 anos após sua abolição. Em novembro, o presidente francês informou que está considerando o retorno em regime voluntário para reforçar as defesas do país contra a crescente ameaça russa.
Em outubro, a Polônia - um país que vem sofrendo intensa pressão da Rússia - anunciou gastos históricos com sua segurança interna, equivalentes a 4,81% do Produto Interno Bruto (PIB), um dos maiores de toda a Europa.
Em novembro, o país lançou o maior programa de treinamento militar para civis de sua história em meio ao crescente temor de uma guerra com a Rússia e seus aliados.
A Alemanha, considerado o país da União Europeia que mais destina recursos para a Segurança Nacional atualmente, segundo a Agência Europeia de Defesa (AED), gastou cerca de 90,6 milhões de euros com defesa no ano passado.
Neste mês, o Parlamento alemão também abriu caminho para a retomada do serviço militar obrigatório, apesar de inicialmente ser voluntário. Todos os homens e mulheres maiores de 18 anos receberão um formulário no início de 2026 para avaliar sua motivação e aptidão para a carreira no Exército.
Segundo a previsão da Otan, 31 de seus 32 países membros devem atingir a meta de gastar 2% do PIB em defesa ainda neste ano.