‘Quiseram calar Bolsonaro em 2018 e tentam calar agora’, diz Michelle

  • 22/11/2025 15h59
GABRIEL SILVA/RASPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Michelle Bolsonaro durante discurso na Avenida Paulista Michelle Bolsonaro durante discurso na Avenida Paulista

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se manifestou publicamente neste sábado (22) após a conversão da prisão domiciliar de seu marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em prisão preventiva por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Michelle fez um pronunciamento emocionado, no qual ligou o episódio atual à tentativa de assassinato sofrida por Bolsonaro em 2018.“Eles quiseram calar a voz do meu marido em 2018, estão tentando calar a voz dele agora”, declarou, referindo-se à facada que o então candidato sofreu durante a campanha presidencial de 2018, em Juiz de Fora (MG).

Ela relatou ter recebido a ligação da presença policial em sua casa por volta das 6h, quando o ex-presidente estava sendo conduzido à Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília. Michelle descreveu o marido como “o nosso líder, a maior voz da direita no país” e afirmou que ele foi “levantado por Deus para cuidar da nossa nação”.

A conversão da prisão domiciliar para preventiva foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes na manhã de sábado (22), em meio à iminência do trânsito em julgado da condenação do ex-presidente a 27 anos e 3 meses de prisão. O magistrado justificou a medida apontando um “elevado risco de fuga” e a possibilidade de o ex-presidente tentar se furtar à aplicação da lei penal.

A defesa de Jair Bolsonaro, por meio dos advogados Celso Vilardi e Paulo Amador da Cunha Bueno, divulgou uma nota de “profunda perplexidade” com a decisão. Eles rebateram os argumentos de fuga, afirmando que o ex-presidente foi preso em sua casa, monitorado por tornozeleira eletrônica e vigiado por policiais. A nota também questionou a motivação da prisão, que estaria “calcada em uma vigília de orações”.

A defesa ressaltou ainda que o “estado de saúde de Jair Bolsonaro é delicado” e que a prisão poderia “colocar sua vida em risco”, anunciando que será apresentado o recurso cabível. O Partido Liberal (PL) também expressou “espanto” com a medida, classificando-a como “desnecessária” devido aos problemas de saúde do ex-presidente.

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A ex-primeira-dama agradeceu o apoio e a “presença” (mesmo que virtual) de apoiadores e lideranças do PL que estariam no evento convocado por Flávio Bolsonaro, mencionando presidentes estaduais do partido e a deputada Rosana Valle. Ela pediu orações, inclusive pelos “inimigos” e “aqueles que nos perseguem”, e encerrou a mensagem em tom religioso e de encorajamento: “A verdade vai prevalecer. Aqueles que estão presos, injustiçados, eles vão ser livres! Deus vai restituir tudo o que nós perdemos.”