
Ouça este conteúdo
O senador Alessandro Vieira (MDB) afirmou nesta segunda-feira (22) que vai coletar assinaturas, após o recesso parlamentar, para a abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias envolvendo um contrato entre o Banco Master e o escritório de Viviani Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes.
Segundo Vieira, o acordo, avaliado em R$ 129 milhões, estaria “fora dos padrões da advocacia” e envolve ainda suspeitas de “atuação direta do magistrado” em favor da instituição financeira. Procurado, Supremo Tribunal Federal não retornou.
“Após o recesso vou coletar as assinaturas para investigação de notícias sobre um contrato entre o banco Master e o escritório da família do ministro Moraes, de 129 milhões de reais, fora do padrão da advocacia, além desta notícia de atuação direta do ministro em favor do banco”, escreveu Vieira em publicação no X.
O senador compartilhou a denúncia da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo. De acordo com o veículo, Moraes teria procurado o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, para fazer pressão em favor do Banco Master. A colunista afirma ter ouvido seis fontes sobre o episódio. A informação foi confirmada pela Gazeta do Povo.
Moraes e Galípolo conversaram duas vezes por telefone e realizo um encontro presencial. Em um deles, o ministro teria pedido que o Banco Central aprovasse o negócio a compra do Master pelo BRB. Na ocasião, a venda havia sido anunciada pelas instituições, mas estava pendente de autorização da autoridade monetária. A reportagem solicitou explicações ao STF e ao Banco Central, mas não obteve resposta.
O contrato da mulher de Moraes previa representação jurídica do Banco Master no Banco Central, na Receita Federal, no Conselho Administrativo de Defesa Econômica e no Congresso. O jornal O Globo afirmou que nenhuma dessas instituições recebeu documentos, petições ou pedidos de audiência do escritório dela em nome do Banco Master.