Tarcísio de Freitas, Ratinho Junior, Romeu Zema, Ronaldo Caiado: prisão do ex-presidente pode acelerar a reorganização da direita para as próximas eleições
Tarcísio de Freitas, Ratinho Junior, Romeu Zema, Ronaldo Caiado: prisão do ex-presidente pode acelerar a reorganização da direita para as próximas eleições (Foto: Larissa Navarro/Alesp, Geraldo Bubniak/AEN, Aluísio Eduardo/Digital MG e Divulgação/Governo de Goiás)

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Governadores do campo conservador cotados para disputar a Presidência em 2026 saíram em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e criticaram a prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes neste sábado (22).

Tarcísio de Freitas (Republicanos SP) afirmou que “Bolsonaro é inocente e o tempo mostrará”. Romeu Zema chamou a decisão de “revanchismo político”. (Novo-MG). Ratinho Júnior (PSD-PR) apontou "insensibilidade do Poder Judiciário". E Ronaldo Caiado (União-GO) classificou a prisão como tentativa de "envergar a dignidade" do ex-presidente "até o limite".

Horas após divulgar um vídeo comentando a medida, Caiado foi internado no hospital Vila Nova Star, em São Paulo, com arritmia cardíaca. O governador goiano deve passar por ablação — procedimento para corrigir o ritmo do coração — nas próximas 48 horas. Seu quadro clínico é estável.

Contra a dignidade humana

Tarcísio de Freitas, ex-ministro de Bolsonaro, também disse que o ex-presidente enfrenta “todos os ataques e injustiças com a firmeza e coragem de poucos”.

Segundo ele, tirar um homem de 70 anos de casa, desconsiderando seu estado de saúde grave e ignorando laudos médicos, “atenta contra o princípio da dignidade humana". Tarcísio ainda prometeu lutar para que "essa injustiça seja reparada o quanto antes".

Ratinho Júnior repetiu a preocupação com a saúde do ex-presidente. O governador paranaense lembrou que Jair Bolsonaro já estava em prisão domiciliar — e que todos sabem que sua saúde “não é boa desde que ele foi vítima de uma facada”.

Ratinho também enviou solidariedade à família de Bolsonaro e lamentou: “Triste Brasil!”.

Romeu Zema afirmou que o ex-presidente foi afastado do convívio familiar “de forma arbitrária e vergonhosa para nossa história”. Para ele, a prisão é "abuso de poder" e "silenciamento opositor".

Ronaldo Caiado ironizou a possibilidade de fuga, comparando-a à suposta tentativa de golpe — “tão improvável quanto a derrubada do Estado Democrático de Direito promovida por um bando de baderneiros”.

Caiado ainda disse acreditar em uma revisão rápida pelo STF e garantiu que “a resposta virá das ruas e do povo nas eleições do ano que vem”.

Nos bastidores, dirigentes do Centrão e do próprio partido de Bolsonaro, o PL, avaliam que a prisão do ex-presidente pode acelerar a reorganização da direita para as próximas eleições. Eles reconhecem a urgência de definir uma nova liderança para o campo conservador e admitem que o debate sobre quem substituirá o ex-presidente deve começar ainda em 2025.

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