Trump retira tarifa de 10%; Brasil segue com taxa adicional de 40%
Redução de tarifas recíprocas anunciada pelos Estados Unidos traz alívio de 10% para o Brasil, que continua a ser alvo da taxação de 40%. (Foto: EFE/Andre Borges)

Muita gente se enganou, festejando — inclusive o governo festejou — que Trump tirou as tarifas e tal. Só que não foi só do Brasil: tirou de todo mundo. E tem gente que é concorrente do Brasil que foi altamente beneficiado, como o Vietnã, por exemplo, que ficou com zero tarifa para o café. Tirou 10% aqui, mas o nosso café ainda tem os 40% da tarifa punitiva.

Por que é punição? Porque a Constituição brasileira diz, no artigo 5º, inciso 37, que não haverá juízo ou tribunal de exceção. E está havendo. E aí o Trump sabe que está havendo e vai manter a punição enquanto houver.

Então, tirou de carne, de aço, de banana, de açaí. Vamos ver se tem mais algum outro produto que interessa. Foram 200 produtos. Sucos. Só que tirou de todo mundo, inclusive dos nossos concorrentes. O próprio ministro do Comércio Exterior, que é o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, disse que piorou a situação. E o governo festejou. Bom, mas enfim, agora a gente continua com 40% dessa punição.

Barroso e o risco de novas sanções Magnitsky

Só para lembrar dessas punições: Barroso foi punido, como todos os ministros — quase todos os ministros — do Supremo, com perda de visto. Mais o AGU, Messias, e o procurador-geral da República. No Supremo, só não perderam o visto Fux, André e Cássio; os outros perderam.

Acho que alguém soprou para Barroso que havia a iminência de mais Magnitsky. E ele, como adora os Estados Unidos e tem bens por lá, resolveu sair do Supremo para ver se seria dispensado de mais uma punição. Eu não sei o que pode acontecer ainda, porque continuam os problemas contrariando a Constituição brasileira, que proíbe que haja tribunal de exceção.

Por exemplo, esses que estão sendo julgados lá no Supremo deveriam estar na primeira instância. Eles não têm foro privilegiado, nenhum deles. Deveriam estar na primeira instância e ter o direito de defesa, direito de recurso na segunda instância, na terceira instância. Mas não têm. Então a Constituição também diz, no mesmo artigo 5º, que exige o amplo direito de defesa. E isso não existe.

PGR denuncia irmãos por ameaças, mas caso vai ao Supremo

Dois irmãos foram presos, estão em prisão domiciliar, por ameaçar Moraes e sua família. E agora a Procuradoria-Geral da República os denuncia no Supremo.

Mas esses dois irmãos são deputados? São senadores? São ministros? Não. São pessoas comuns, que deviam estar na primeira instância. Esse é o problema. Como é que a própria vítima é quem vai julgar? Isso é tribunal de exceção? Não faz sentido.

Eu tenho dito que o Kafka, autor de "O Processo", está sendo humilhado aqui no Brasil. A ficção dele está sendo simplesmente história da carochinha, de Poliana, perto do que acontece aqui no Brasil.

UNB e o filtro ideológico em novos professores

O sujeito vai lá na Unb, Universidade de Brasília, para começar a lecionar e passa por um interrogatório para saber se ele é de direita ou esquerda, em quem ele votou. Se ele votou “errado” para a UnB, se ele não é de esquerda, ele não entra na UnB. E o nome dele fica marcado para não entrar em nenhuma universidade federal.

A UnB, o setor que toma decisões, decidiu dar doutor honoris causa — ou doutora — a Dilma Rousseff, cuja administração na Presidência da República provocou um encolhimento do produto interno bruto em 7%. Foi um dos piores períodos da economia brasileira. Certamente não é doutora honoris causa em Economia. E a comunicação foi publicada, escrita por uma professora, num português tão paupérrimo quanto.

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