Ameaça de supertufão faz mais de um milhão de pessoas deixarem suas casas nas Filipinas

O presidente do país, Ferdinand Marcos Jr., declarou estado de emergência devido à extensa devastação causada pelo Kalmaegi e à calamidade esperada com a chegada de Fung-wong

  • Por Jovem Pan
  • 09/11/2025 13h25
EFE/EPA/GUARDA COSTEIRA DAS FILIPINAS Uma foto divulgada pela Guarda Costeira das Filipinas (PCG) mostra membros da PCG realizando operações de desobstrução de estradas após os efeitos do tufão Fung-Wong na província de Catanduanes, Filipinas, em 9 de novembro de 2025. De acordo com a Administração de Serviços Atmosféricos, Geofísicos e Astronômicos das Filipinas (PAGASA), o tufão estava previsto para estar a 100 quilômetros a nordeste de Daet, Camarines Norte, na região de Bicol, movendo-se para oeste-noroeste a 30 quilômetros por hora com ventos máximos de 185 quilômetros por hora. (Filipinas) EFE/EPA/GUARDA COSTEIRA DAS FILIPINAS / FOTO DIVULGAÇÃO - MELHOR QUALIDADE DISPONÍVEL - USO EDITORIAL APENAS/PROIBIDA A VENDA Guarda Costeira das Filipinas (PCG) realizando operações de desobstrução de estradas após os efeitos do tufão Fung-Wong na província de Catanduanes

O supertufão Fung-wong, o maior a ameaçar às Filipinas este ano, começou a atingir a costa nordeste do país neste domingo (9), forçando mais de um milhão de pessoas a deixar regiões de alto risco – incluindo Bicol, região costeira vulnerável a ciclones e fluxos de lama do Mayon, um dos vulcões mais ativos do país -por recomendação da Defesa Civil.

Com uma faixa de chuva e vento de 1.600 quilômetros de largura, o tufão se aproximou do Pacífico e ameaça cobrir dois terços do arquipélago, enquanto a população ainda lida com a devastação causada pelo tufão Kalmaegi, que deixou pelo menos 224 mortos na última terça-feira (4).

O presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., declarou estado de emergência devido à extensa devastação causada pelo Kalmaegi e à calamidade esperada com a chegada de Fung-wong. Com a aproximação do tufão, diversas regiões do leste do país ficaram sem energia elétrica.

Fung-wong foi avistado por meteorologistas na manhã deste domingo sobre as águas costeiras perto da cidade de Pandan, na província de Catanduanes, no leste do país; segundo especialistas, o tufão tem ventos de até 185 km/h e rajadas de até 230 km/h.

A previsão é de que ele siga para noroeste e atinja a costa da província de Aurora ou Isabela no final de domingo ou início de segunda-feira, 10, segundo informações dos meteorologistas. Ciclones tropicais com ventos sustentados de 185 km/h ou mais são classificados nas Filipinas como supertufões, uma designação adotada para enfatizar a urgência associada a distúrbios climáticos mais extremos.

“A chuva e o vento estavam tão fortes que a visibilidade era quase nula”, disse Roberto Monterola, oficial de mitigação de desastres de Catanduanes, à Associated Press. Segundo ele, ainda não há relatos de vítimas.

Apesar dos apelos para que os moradores evacuassem as áreas propensas a desastres no sábado (8) alguns permaneceram em suas casas. “Nossa equipe resgatou 14 pessoas que estavam presas no telhado de uma casa inundada”, disse Monterola. “Um pai também ligou em pânico, dizendo que o telhado de sua casa estava prestes a ser arrancado pelo vento. Nós o salvamos, juntamente com quatro familiares.”

O secretário de Defesa, Gilberto Teodoro Jr., que supervisiona as agências de resposta a desastres e as forças armadas do país, alertou sobre o impacto potencialmente catastrófico do tufão Fung-wong em um pronunciamento televisionado. Ele afirmou que a tempestade poderia afetar uma vasta área do país, incluindo Cebu, a província central mais atingida pelo tufão Kalmaegi, e a região metropolitana de Manila, a capital densamente povoada, sede do poder e centro financeiro do país.

Mais de 30 milhões de pessoas podem estar expostas aos riscos representados pelo tufão, segundo o Escritório de Defesa Civil. Teodoro pediu à população que seguisse as ordens das autoridades para se afastar imediatamente de vilarejos e cidades propensas a enchentes: “Precisamos fazer isso porque, quando já está chovendo ou o tufão atinge a região e as inundações começam, é difícil resgatar as pessoas”, disse.

As Filipinas não solicitaram ajuda internacional após a devastação causada pelo tufão Kalmaegi, mas Teodoro afirmou que os Estados Unidos, aliado de longa data do país, e o Japão estavam prontos para prestar assistência.

As autoridades das províncias do norte, que seriam atingidas lateralmente pelo tufão, decretaram o fechamento de escolas e da maioria dos órgãos governamentais na segunda, 10, e terça-feira, 11. Pelo menos 325 voos domésticos e 61 internacionais foram cancelados e mais de 6.600 passageiros e trabalhadores de carga ficaram retidos em mais de 100, onde a guarda costeira proibiu a navegação em mar agitado.

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As Filipinas são atingidas por cerca de 20 tufões e tempestades por ano. O país também sofre com terremotos e possui mais de uma dúzia de vulcões ativos, o que o torna um dos países mais propensos a desastres naturais no mundo.

*Com informações do Estadão Conteúdo