Governadores de oposição marcam encontro em Brasília traçar estratégia sobre segurança pública

Reunião ocorre após o presidente da Câmara, Hugo Motta, anunciar o avanço do chamado ‘PL Antifacção’, proposto pelo governo Lula

  • Por Rany Veloso
  • 10/11/2025 16h07 - Atualizado em 10/11/2025 17h31
VINICIUS NUNES/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO Romeu Zema durante o 3º Seminário Brasil Hoje, organizado pelo Grupo Esfera, que reúne ministros de Estado, governadores, congressistas e líderes partidários e do setor privado no Palácio Tangará, na cidade de São Paulo Entre os nomes confirmados está Romeu Zema

Governadores de oposição vão se reunir em Brasília, na próxima quarta-feira (12), para discutir segurança pública e definir estratégias sobre as novas propostas em tramitação no Congresso, a exemplo do Marco Contra o Crime Organizado.

O encontro, que acontecerá na sede da Frente Parlamentar pelo Livre Mercado, ocorre após o presidente da Câmara, Hugo Motta, anunciar o avanço do chamado “PL Antifacção”, proposto pelo governo Lula, junto com o “PL Antiterrorismo”, que será relatado pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP).

O parecer foi protocolado na última sexta-feira (7), logo após Derrite ser designado relator da matéria.
Entre os nomes confirmados estão Romeu Zema (MG) e Ronaldo Caiado (GO). Também foram convidados Cláudio Castro (RJ), Eduardo Leite (RS), Ibaneis Rocha (DF), Jorginho Mello (SC) e a vice-governadora do DF, Celina Leão, que ainda avaliam a participação.

O almoço é visto como uma tentativa de unir forças e construir uma frente de oposição coesa em torno do tema do combate ao crime organizado, um dos principais focos da agenda legislativa neste fim de ano, principalmente depois da Megaoperação Contenção no Rio de Janeiro, nos complexos da Penha e Alemão, há cerca de duas semanas, que deixou mais de 120 mortos.

Ao escolher um nome da oposição para relatar o aumento das penas para as facções, Motta foi criticado por integrantes do governo. A ministra Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais, disse que o debate da Segurança iria ser contaminado com os objetivos eleitoreiros do campo da direita. Já Motta rebateu as críticas ao dizer que a Segurança Pública é uma pauta urgente e suprapartidária.

“Quando o tema é segurança, não há direita nem esquerda, há apenas o dever de proteger”, destacou o presidente da Câmara.

Derrite é secretário de Segurança do nome mais cotado pela direita para substituir o ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais do ano que vem.

O substitutivo apresentado por Derrite prevê penas as mesmas penas para terroristas às organizações criminosas, mas não enquadra as facções como grupos terroristas. O tempo de prisão pode chegar a 40 anos. Além do endurecimento do tempo de cumprimento da pena a até 80% para a progressão do regime.

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A matéria entra em pauta a partir de amanhã, mas a semana será esvaziada na Câmara com votações semipresenciais por causa da COP30.