Justiça francesa ordena libertação do ex-presidente Sarkozy

Ex-presidente da França foi condenado a cinco anos de prisão por causa de negociações com o regime do falecido ditador líbio Muammar Gaddafi para obter dinheiro para a campanha das eleições presidenciais de 2007

  • Por Jovem Pan
  • 10/11/2025 10h07 - Atualizado em 10/11/2025 10h39
EFE/EPA/YOAN VALAT O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy deixa o tribunal em Paris, França, em 25 de setembro de 2025. Sarkozy e outros doze, incluindo três ex-ministros, foram julgados por conspiração criminosa para receber fundos para a campanha presidencial de 2007 do regime do falecido líder líbio Muammar Kadafi, e ele foi condenado a cinco anos de prisão por sua participação no caso envolvendo fundos de Kadafi. Sarkozy foi condenado duas vezes em casos separados desde que deixou o cargo em 2012. (França) EFE/EPA/YOAN VALAT Ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, condenado a cinco anos de prisão por corrupção, sairá do presídio parisiense de La Santé após 20 dias

O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, condenado a cinco anos de prisão por corrupção, sairá do presídio parisiense de La Santé após 20 dias, graças à decisão proferida nesta segunda-feira (10) pelo Tribunal de Apelação de Paris, que determinou um controle judicial que inclui a proibição de sair da França. O presidente do tribunal leu a decisão enquanto Sarkozy a acompanhava por videoconferência da prisão, da qual possivelmente sairá ainda nesta segunda. Visivelmente nervoso e um tanto emocionado após tomar conhecimento do anúncio, o ex-presidente não quis fazer nenhum comentário depois que o juiz lhe deu a palavra.

O chefe de Estado da França entre 2007 e 2012 havia sido condenado em setembro a cinco anos de prisão por ter permitido que seus principais colaboradores negociassem com responsáveis do regime do falecido ditador líbio Muammar Gaddafi para obter dinheiro para a campanha das eleições presidenciais de 2007, que ele venceu.

A “liberdade sob controle judicial” à qual Sarkozy será submetido inclui, além da proibição de sair da França e de entrar em contato com os outros condenados no caso, a “proibição de contatar” o atual ministro da Justiça, Gérald Darmanin, que o visitou na prisão e de quem é, além disso, um aliado próximo, por terem compartilhado o mesmo partido político na década passada.

Os advogados do ex-governante de 70 anos haviam apresentado o pedido de libertação logo após sua entrada na prisão, argumentando, entre outros pontos, que seu cliente não representava perigo de destruir possíveis provas, que não deixaria o país porque toda a sua família reside lá e que a prisão representava um real perigo para a integridade de Sarkozy.

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Cerca de três horas antes, na audiência da manhã, o líder conservador teve a oportunidade de fazer um pronunciamento perante o tribunal. Nele, Sarkozy classificou sua vida atrás das grades como “algo muito duro e exaustivo”. “Quero agradecer a humanidade excepcional do pessoal penitenciário porque eles converteram este pesadelo da prisão em algo suportável”, declarou. Esta declaração a distância foi ouvida através de uma tela no Tribunal de Apelação de Paris por vários de seus familiares que estavam sentados na sala.

Sua esposa Carla Bruni, dois de seus quatro filhos (Jean e Pierre) e seu irmão François estiveram presentes em uma audiência com enorme expectativa midiática e na qual os celulares foram confiscados pelas autoridades para evitar captação de imagem ou de som.

*Com informações da AFP e EFE
Publicado por Nícolas Robert