Especialistas alertam que ações das forças de segurança precisam ser coordenadas para manter controle em comunidades. (Foto: Antonio Lacerda / EFE)

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Após megaoperação no Rio evidenciar a força do crime, especialistas apontam dez caminhos para retomar territórios dominados por facções. As soluções vão além do confronto, exigindo reformas estruturais, investimentos bilionários e políticas de longo prazo para enfraquecer o poder do tráfico.

Qual o ponto de partida para enfraquecer as facções?

A primeira etapa é a retomada física dos territórios. Isso passa pela reestruturação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), com um novo modelo focado em comunidades pequenas e médias. A estratégia anterior falhou em locais muito grandes, onde as bases policiais se tornaram alvos isolados em vez de pontos de policiamento comunitário. A ocupação precisa ser permanente e acompanhada de outros serviços.

A solução é apenas policial?

Não, e esse é um ponto fundamental. A paz duradoura depende de uma transformação social e econômica. É preciso criar empregos, oferecer crédito e capacitação profissional para que os jovens tenham alternativas ao crime. O Estado precisa ocupar o vácuo deixado por décadas de abandono, fornecendo serviços básicos que hoje, em muitos locais, são controlados pelas próprias facções para manter seu poder.

O que significa "mudar a cultura" nas favelas?

Significa desconstruir o poder simbólico e social que os criminosos exercem. Hoje, traficantes são vistos como figuras de poder, com dinheiro e influência, o que atrai novos jovens. A mudança cultural envolve fortalecer líderes comunitários, promover projetos de esporte e cultura e, principalmente, reconstruir a confiança da população nas instituições, mostrando que o Estado, e não o crime, é quem garante a ordem e a prosperidade.

O que precisa ser melhorado dentro das próprias polícias?

As forças de segurança precisam de modernização urgente. Isso inclui desde a compra de equipamentos mais modernos, como sistemas anti-drones, até o fim da burocracia que atrasa a logística. Além disso, é essencial investir em treinamento contínuo, salários dignos, planos de carreira e corregedorias ativas para combater a corrupção interna, que enfraquece o combate ao crime e mina a confiança da população.

Existem propostas para endurecer as leis?

Sim. Especialistas defendem que o poder das facções já atingiu um nível que exige um novo enquadramento jurídico. Uma das propostas é classificar suas ações como terrorismo. Isso permitiria penas mais severas, o uso de leis de exceção para agilizar operações e ampliaria a cooperação internacional, tratando o problema como uma ameaça à soberania do país, e não apenas como uma questão de ordem pública local.

Este conteúdo foi gerado com inteligência artificial. Para acessar a informação na íntegra e se aprofundar sobre o tema consulte a reportagem a seguir.

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