Pé diabético: 9 cuidados importantes para prevenir lesões

Alguns cuidados são essenciais para reduzir o risco de infecções e amputações

  • Por EdiCase
  • 13/11/2025 17h00 - Atualizado em 13/11/2025 17h48
Pessoas com diabetes devem ter cuidado redobrado com a saúde dos pés Pessoas com diabetes devem ter cuidado redobrado com a saúde dos pés Imagem: New Africa | Shutterstock

As lesões vasculares nos pés estão entre as complicações mais graves do diabetes. Conhecido como pé diabético, o problema ocorre quando há alterações nos nervos e na circulação, frequentemente acompanhadas de processos infecciosos. O paciente com esse quadro apresenta maior risco de desenvolver feridas que podem evoluir para situações mais complexas e até levar à amputação.

Mais de 20 milhões de brasileiros convivem com a doença, segundo o Ministério da Saúde. Ela pode aumentar em até 60% o risco de complicações cardiovasculares, incluindo alterações vasculares que levam ao pé diabético.

Segundo o cirurgião vascular e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP), Dr. Guilherme Yazbek, o controle inadequado da glicemia é um dos grandes fatores de risco para doenças vasculares. “Os pacientes com diabetes podem desenvolver alterações nos membros inferiores que incluem neuropatia periférica, piora da circulação e maior suscetibilidade a infecções”, alerta.

O estudo “Complications related to diabetic foot ulcer and associated social vulnerability factors at a referral centre in Brazil“, publicado no Journal of Wound Care e realizado com populações vulneráveis no Brasil, mostrou prevalência de até 30% de úlceras (feridas) ativas nos pés e aproximadamente 45% de amputações prévias entre os pacientes avaliados, um alerta importante sobre a gravidade da condição.

A maioria das complicações pode ser evitada com acompanhamento médico e cuidados diários simples. Abaixo, o Dr. Guilherme Yazbek lista alguns cuidados para prevenir o pé diabético. Confira!

1. Examine os pés todos os dias

Procure por feridas, bolhas, rachaduras e mudanças de cor da pele. Se não conseguir visualizar a planta do pé, use um espelho ou peça ajuda.

2. Lave e seque com atenção

Para lavar os pés, use água morna (não quente) e sabonete. Depois, seque bem entre os dedos para evitar a proliferação de fungos.

3. Não ande descalço

Mesmo dentro de casa, pequenas lesões podem passar despercebidas e virar complicações sérias. Por isso, não ande descalço.

4. Use meias sem costura

As meias sem costura evitam atritos e machucados. Além disso, inspecione o interior dos calçados antes de colocá-los.

A aplicação do hidratante deve ser restrita às partes dos pés que não acumulam umidade Imagem: Pixel-Shot | Shutterstock

5. Hidrate, mas não entre os dedos

Passe hidratante apenas no dorso dos pés e nos calcanhares, evitando as áreas que acumulam umidade.

6. Corte as unhas com cuidado

Ao cortar as unhas, evite retirar os cantos para não causar encravamento ou ferimentos.

7. Movimente os pés regularmente

Flexione e mexa os dedos dos pés para estimular a circulação, especialmente se ficar longos períodos sentado ou em pé.

8. Não realize procedimentos caseiros nos pés

A remoção de calos, o uso de produtos químicos ou compressas quentes/frias podem causar ferimentos graves. Procure sempre um profissional.

9. Use calçados especiais quando indicado

Pessoas com neuropatia, deformidades ou feridas recorrentes podem precisar de calçados terapêuticos sob orientação médica.

Controle do diabetes e prevenção de complicações

Manter o diabetes sob controle é fundamental para evitar complicações nos pés. Com níveis de glicemia equilibrados, o organismo reage melhor a pequenos ferimentos e o processo de cicatrização ocorre de forma mais eficiente. 

Alimentação adequada, prática regular de exercícios físicos e acompanhamento médico constante são medidas essenciais para reduzir significativamente os riscos associados ao pé diabético.

Sinais como dor, dormência, formigamento, sensação de queimação ou feridas que não cicatrizam exigem avaliação vascular imediata. O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura e reduz muito o risco de amputações.

Por Elenice Costola