O chanceler da Alemanha, Friedrich Merz: país prepara terreno para retorno do alistamento militar obrigatório, suspenso desde 2011 (Foto: EFE/EPA/CLEMENS BILAN)

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Os partidos que formam o governo de coalizão na Alemanha chegaram a um acordo nesta quinta-feira (13) para reforçar suas forças armadas, em um momento de crescente insegurança na Europa com ameaças da Rússia.

Um dos pontos discutidos pela aliança política prevê o retorno do alistamento militar obrigatório, que foi suspenso em 2011. Desde a invasão russa à Ucrânia, em 2022, o baixo número de soldados alemães tem levantado preocupação no país.

Um apoio mais comedido dos Estados Unidos durante o segundo mandato de Donald Trump também gerou discussões na Europa, levando alguns países da Otan a buscarem alternativas próprias para melhorar sua defesa.

A coalizão governista informou por meio de um comunicado que estabeleceu um "plano de crescimento", cujo objetivo é chegar a um total de cerca de 260 mil soldados no Exército - atualmente, o país possui apenas 180 mil - e cerca de 200 mil reservistas.

Inicialmente, a Alemanha enviará formulários aos jovens que completarem 18 anos, perguntando sobre sua motivação e aptidão para o serviço militar. Para os homens, essa resposta será obrigatória.

Além do questionário, aqueles que aceitarem o alistamento voluntário receberão um valor mensal de 2.600 euros.

Caso a meta estipulada do governo não seja alcançada, há um plano reserva para retomar o serviço militar de forma compulsória.

O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, considerou o acordo benéfico para o país. Segundo ele, há expectativa de que o projeto entre em vigor até 2026, mas o documento ainda precisa ser aprovado pelo parlamento alemão, o Bundestag.

A Alemanha espera alcançar seu objetivo em poucos anos, visando uma eventual guerra com a Rússia até 2029, evento para o qual outros aliados europeus também têm se preparado.

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