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O enviado especial dos Estados Unidos para Beirute, Tom Barrack, anunciou que a Síria terá um papel ativo no combate ao terrorismo no Oriente Médio.
Por meio de uma publicação no X, nesta quinta-feira (13), ele disse: “Damasco agora nos ajudará ativamente a confrontar e desmantelar os remanescentes do Estado Islâmico (ISIS), da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), do Hamas, do Hezbollah e de outras redes terroristas”.
O anúncio surge três dias depois do presidente americano, Donald Trump, receber na Casa Branca o presidente interino da Síria, Ahmed Al Sharaa, um ex-terrorista que foi detido pelas forças americanas no Iraque em 2005 por causa de suas ligações com a Al Qaeda.
A viagem a Washington marcou a primeira visita de um chefe de Estado da Síria à Casa Branca desde que o país conquistou sua independência da França em 1946.
Em entrevista coletiva na Casa Branca, Trump elogiou o presidente sírio, a quem recebeu a portas fechadas, e afirmou ter plena confiança em sua liderança. “É um homem forte (...) Queremos que a Síria seja um país bem-sucedido, e ele pode conseguir isso”, disse o republicano.
Pouco depois de visita oficial, a coalizão liderada pelos Estados Unidos que combate o Estado Islâmico anunciou a adesão da Síria. Segundo o enviado especial, o país terá um papel significativo no combate à Guarda Revolucionária do Irã, ao Hamas e ao Hezbollah.
A Guarda Revolucionária Islâmica do Irã e o Hezbollah do Líbano foram importantes apoiadores do ditador Bashar al-Assad, antes dele ser deposto em dezembro do ano passado por uma coalizão rebelde liderada por Sharaa.
A visita do líder sírio é um importante passo na normalização das relações com Washington. A visita aconteceu depois que o governo Trump suspendeu sanções impostas à Síria há décadas. Sharaa busca a revogação definitiva das restrições que ainda afetam o investimento estrangeiro e a reconstrução do país.
O gesto da Casa Branca em receber o líder estrangeiro também simboliza uma mudança importante na política americana em relação à Síria após anos de sanções e isolamento diplomático, marcando o início de uma nova etapa nas relações entre os dois países, com potencial impacto na estabilidade do Oriente Médio e nos esforços internacionais contra o terrorismo.