China remove dois aplicativos de namoro para pessoas LGBTQIA+

Informação foi confirmada pela Apple nesta terça-feira (11); casamento entre pessoas do mesmo gênero não é legal no país

  • Por Jovem Pan
  • 11/11/2025 08h35 - Atualizado em 11/11/2025 08h59
ADEK BERRY / AFP China China ordena a remoção de dois aplicativos populares de namoro para pessoas LGBT+ das lojas de aplicativos do país

As autoridades chinesas ordenaram a remoção de dois dos aplicativos de relacionamento LGBTQIA+ mais populares da China, o Blued e o Finka, da loja de aplicativos da Apple, confirmou a empresa americana à AFP nesta terça-feira (11). “Após uma ordem da Administração do Ciberespaço da China (CAC), removemos esses dois aplicativos apenas da loja chinesa”, disse um porta-voz da Apple à AFP. “Respeitamos as leis dos países em que operamos”, acrescentou o porta-voz.

No último fim de semana, internautas chineses notaram o desaparecimento das versões completas dos dois aplicativos, que pertencem ao mesmo grupo com sede em Hong Kong. Ambos foram removidos da App Store da Apple e da Google Play Store (Android).

No entanto, uma versão limitada do Blued permaneceu disponível na App Store chinesa nesta terça-feira, e alguns usuários disseram que o Blued e o Finka ainda podiam ser usados caso já estivessem baixados em seus telefones.

Em 2022, outro aplicativo de encontros LGBTQIA+, o Grindr, foi removido das lojas online chinesas.

Zhao Hu, advogado com longa trajetória na defesa dos direitos LGBTQIA+, disse à AFP que a decisão da Administração do Ciberespaço foi “inesperada” e “sem qualquer explicação”.

Hu Zhijun, cofundador da PFLAG China, organização que defende a comunidade LGBTQIA+, condenou a remoção dos aplicativos que, segundo ele, ajudavam homens gays a “ter uma vida mais estáveis e encontrar parceiros para relações íntimas”. “Deveriam ser vistos como algo positivo, uma iniciativa socialmente benéfica”, disse à AFP.

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A CAC, que regula a internet no país, anunciou em setembro uma campanha de dois meses contra plataformas de redes sociais que acusa de disseminar “uma visão negativa da vida”.

Segundo ativistas, a repressão à comunidade LGBTQIA+ na China se intensificou nos últimos anos sob a presidência de Xi Jinping, com as autoridades censurando frequentemente eventos e publicações. O casamento homoafetivo é ilegal na China.

*Com informações da AFP
Publicado por Nícolas Robert