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Na cartela do bingo, faltam pouquíssimos cargos para Alexandre de Moraes ocupar. Desta vez, Moraes resolveu bancar o delegado do Rio de Janeiro. Ele determinou que a Polícia Civil do Rio interrompa uma investigação que apura a remoção de corpos da mata após a operação policial nos complexos do Alemão e da Penha. Moraes também intimou o delegado responsável pelo caso a explicar o motivo de abrir o inquérito.
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A 22ª Delegacia de Polícia (Penha) iniciou uma investigação para apurar as circunstâncias em que moradores retiraram os corpos e os colocaram em via pública. A suspeita é de que tenham cometido crimes como vilipêndio a cadáver e alteração de cena de crime. Ou seja, o delegado estava apenas sendo... o delegado!
Estamos vivendo tempos realmente sombrios em nosso país. Quem vai parar o ministro sancionado pela maior democracia do planeta por abusos de direitos humanos?
O professor André Marsiglia comentou: "1) STF não tem legitimidade para suspender investigação da polícia civil; 2) qual o problema de investigar remoção e adulteração de corpos? Não é importante saber se facções 'montaram' cenário para a imprensa, após operação? O STF quer investigar ou quer o monopólio da narrativa?".
Kátia Magalhães apontou a contradição na postura da esquerda: "A turminha que demonizava a intervenção constitucional no Rio, sob o comando do general Braga Netto, agora aplaude de pé a atual intervenção oficiosa e inconstitucional no mesmo estado, sob o comando de AM. Transtorno cognitivo ou só má fé?"
O delegado responsável pelo caso, Leandro Gontijo de Siqueira Alves, foi intimado a explicar, no prazo de 48 horas, as razões que o levaram a instaurar o inquérito. Esse era um daqueles momentos para desobediência civil. Afinal, permitir o avanço de Moraes, sem qualquer legitimidade institucional, poderá custar caro depois. É o que pensa Flavio Gordon: "O delegado vai se submeter? Depois não reclame se terminar como mais um preso político na Papuda…"
Gordon elaborou seu ponto: "Já vimos esse filme. Todo mundo vai fingindo que o STF tem autoridade legítima, todo mundo vai cedendo, obedecendo ordens aberrantes, normalizando o arbítrio… No fim, como não houve reação institucional firme, vai acabar todo mundo em cana: o governador, o secretário de segurança, os delegados, os policiais e todos que ousaram enfrentar o narcoterrorismo. Ou acordam e reagem agora ou, depois, só poderão choramingar sobre o leite derramado".
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No país alexandrino, as instituições estão cada vez mais avacalhadas. É o caso da Polícia Federal se intrometendo em projeto de lei. Marsiglia criticou a postura: "Como é possível que a Polícia Federal se sinta confortável para opinar sobre um projeto em discussão no Congresso? Polícia não discute lei; polícia aplica a lei. Ninguém mais respeita o Congresso. Não há qualquer institucionalidade no país".
Estamos vivendo tempos realmente sombrios em nosso país. Quem vai parar o ministro sancionado pela maior democracia do planeta por abusos de direitos humanos? Quem vai dar um basta e começar a reversão desta hipertrofia suprema? Do jeito que a coisa vai, Moraes será mesmo o imperador absolutista do Brasil...
Conteúdo editado por: Jocelaine Santos
