O presidente panamenho, José Raúl Mulino, disse que o treinamento faz parte de acordos bilaterais assinados com os EUA e que seu país não cederá seu território para “ato hostil contra a Venezuela” (Foto: Carlos Lemos/EFE)

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Militares dos Estados Unidos iniciaram recentemente um treinamento na Selva de Darién, no Panamá, a primeira vez que esse tipo de formação é realizado no país caribenho em mais de 20 anos.

Segundo informações do site especializado em assuntos militares Task & Purpose, forças americanas e panamenhas estão realizando um curso de 21 dias que inclui treinamentos com armas e exercícios de sobrevivência, como purificação de água, construção de abrigos e movimentação em meio à vegetação densa.

O Task & Purpose informou que este programa não está diretamente relacionado à operação militar que os Estados Unidos estão realizando contra embarcações supostamente ligadas ao narcotráfico no Mar do Caribe e no Oceano Pacífico, que o regime chavista da Venezuela considera uma desculpa para tirar o ditador Nicolás Maduro do poder.

O presidente panamenho, José Raúl Mulino, disse nesta quinta-feira (13) que o treinamento faz parte de acordos bilaterais assinados com os Estados Unidos.

“Em relação à situação na Venezuela, não temos nada a ver com isso, nem o Panamá cede seu território para qualquer tipo de ato hostil contra a Venezuela ou contra qualquer outro país do mundo”, afirmou Mulino na sua entrevista coletiva semanal, de acordo com informações da agência EFE.

Venezuela e Panamá estão com relações diplomáticas suspensas desde 2024, porque o governo panamenho questionou a fraude eleitoral que manteve Maduro no poder.

Em outubro, depois que os EUA enviaram o contratorpedeiro USS Gravely a Trinidad e Tobago para exercícios militares, Caracas acusou o governo do arquipélago de se prestar a uma “operação de falsa bandeira liderada pela CIA” que desencadearia uma invasão americana à Venezuela (o que não aconteceu).

O regime chavista suspendeu um acordo energético com Trinidad e Tobago e declarou a primeira-ministra Kamla Persad-Bissessar persona non grata.

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