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O vice-procurador-geral da República, Hindenburgo Chateaubriand Filho, pediu a condenação de dois deputados federais e um ex-deputado federal do PL por corrupção passiva e organização criminosa em um caso que envolve emendas parlamentares. Além deles, um ex-assessor parlamentar, um ex-prefeito e um policial militar reformado também são alvo da PGR. As alegações finais são desta segunda-feira (10).
O Ministério Público (MP) aponta que os acusados teriam formado organização criminosa para obter propina em troca de emendas. As emendas viriam dos gabinetes dos deputados federais Josimar Maranhãozinho (PL-MA) e Pastor Gil (PL-MA) e do ex-deputado federal Bosco Costa (PL-SE). Josimar, de acordo com a acusação, era o líder da organização criminosa.
A investigação encontrou anotações e diálogos entre os deputados que comprovariam a existência do esquema, por se tratarem de "anotações demonstrativas do controle de emendas do grupo". Uma conversa entre Pastor Gil e Josimar demonstra uma negociação em torno de cerca de R$ 1 milhão em uma emenda parlamentar para o município de São José de Ribamar (MA), à época chefiado por Eudes Sampaio (PTdoB). Com isso, o MP conclui: "Os elementos probatórios atestam que os acusados solicitaram propina de José Eudes Sampaio Nunes, então prefeito de São José do Ribamar (MA), em troca da destinação de emendas parlamentares ao Município, cujos repasses ocorreram entre dezembro de 2019 e abril de 2020."
O MP também encontrou comprovantes bancários de transferências a familiares de Bosco Costa, seguidas do envio, meses depois, de uma tabela de pagamentos e pedido de indicação de conta para o pagamento das emendas.
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Emendas em troca de propina: veja os acusados e os crimes imputados
- Deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL-MA): corrupção passiva e liderança de organização criminosa;
- Deputado federal Pastor Gil (PL-MA), ex-deputado federal João Bosco da Costa (PL-SE) e João Batista Magalhães, ex-assessor do senador Eduardo Gomes (MDB-TO): corrupção passiva e organização criminosa com participação de funcionário público;
- Thales Andrade Costa, filho de Bosco da Costa: organização criminosa com participação de funcionário público;
- Ex-prefeito de Água Doce (MA), Antonio José Silva Rocha (PSDB): corrupção passiva;
- Policial militar reformado Abraão Nunes Martins Neto e seu irmão, Adones Nunes Martins: corrupção passiva;
O que dizem os acusados
A Gazeta do Povo entrou em contato com as defesas. Até o momento, porém, não obtivemos retorno.