Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS preso pela PF, com o presidente Lula.
Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS preso pela PF, com o presidente Lula. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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Apuração em andamento

A Polícia Federal prendeu, na manhã desta quinta-feira (13), o ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social Alessandro Stefanutto. A prisão ocorre no contexto da nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema de fraudes em benefícios previdenciários. Além dele, a PF cumpre outros nove mandados de prisão preventiva ou de medidas cautelares e 63 mandados de busca e apreensão em 14 estados e no Distrito Federal.

Além da PF, a operação conta com o auxílio da Controladoria-Geral da União (CGU). Outros afetados pelas ações de hoje incluem empresários e servidores públicos da União. Stefanutto ainda está registrado como servidor público vinculado à Advocacia-Geral da União.

O presidente Lula (PT) havia demitido Stefanutto em abril de 2025, após a revelação das fraudes. Ele já estava afastado do cargo por decisão judicial.

Os investigados pela operação podem responder pelos crimes de inserção de dados falsos em sistemas oficiais, organização criminosa, estelionato previdenciário, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

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Escândalo no INSS deu causa a CPMI

A Operação Sem Desconto deu causa para a instauração de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, a CPMI do INSS. Stefanutto foi um dos que passou pelas oitivas da comissão. Na ocasião, ele afirmou que tomou todas as medidas cabíveis para interromper os descontos não autorizados contra os aposentados e pensionistas.

Stefanutto é filiado ao PDT desde o início do ano, quando decidiu deixar o PSB. Ele assumiu o INSS após a indicação do então ministro da Previdência e presidente do PDT, Carlos Lupi. Antes, foi consultor para assuntos de Previdência Social no gabinete de transição para o governo Lula.

A PF estima em R$ 6,3 bilhões os prejuízos a aposentados e pensionistas em todo o país, em decorrência dos desvios ocorridos entre 2019 e 2024.