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O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, afirmou nesta sexta-feira (26) que o dia 25 de dezembro foi uma data importante, em que as partes em conflito se aproximaram de uma solução para a guerra na Ucrânia, embora tenha rejeitado o plano de paz de 20 pontos divulgado por Kiev.
“Acredito que o dia 25 de dezembro de 2025 ficará em nossa memória como um limiar, quando realmente nos aproximamos de uma solução”, disse Ryabkov no programa “60 Minutos”, transmitido pela emissora de televisão estatal russa.
O diplomata acrescentou que agora depende da vontade política das partes se o passo final será dado para que se chegue a um acordo.
Ao mesmo tempo, Ryabkov assegurou que o plano de paz de 20 pontos divulgado por Kiev e que circula na imprensa dista “radicalmente” do documento de 27 pontos no qual a Rússia trabalha nas últimas semanas junto aos Estados Unidos.
Horas antes, o Kremlin anunciou que Moscou retomou os contatos com Washington após analisar o plano de paz modificado pela Ucrânia e seus aliados europeus.
“Por ordem do presidente [Vladimir] Putin, ocorreu um contato entre representantes do governo da Rússia e dos Estados Unidos”, disse Dmitri Peskov, porta-voz presidencial russo, em sua entrevista coletiva telefônica diária.
Peskov detalhou que, pelo lado russo, o encarregado foi o assessor de política internacional do Kremlin, Yuri Ushakov, enquanto pelo lado americano “houve vários interlocutores”.
O porta-voz acrescentou que russos e americanos “concordaram em continuar o diálogo”.
Há uma semana, em sua coletiva de imprensa anual, Putin alegou que nunca rejeitou o plano apresentado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, afirmando que “a bola está no campo” de Kiev e de seus aliados.
Ao mesmo tempo, o ditador russo manteve sua posição de exigir o recuo ucraniano do Donbass e afirmar que a única forma de evitar futuras “operações militares especiais” na Europa é o respeito aos interesses de segurança da Rússia.
O portal americano Axios informou hoje que Trump se dispõe a receber Volodymyr Zelensky neste domingo (28) em sua residência na Flórida, após o presidente ucraniano afirmar mais cedo que um acordo “pode ser decidido muito antes do Ano Novo”.
De acordo com Zelensky, os 20 pontos do plano propõem um pacto de não agressão entre Rússia e Ucrânia, que seria supervisionado por um mecanismo de monitoramento e alicerçado em uma série de garantias de segurança, como um Exército ucraniano com 800 mil integrantes e acordos vinculantes pelos quais os EUA e outros aliados se comprometeriam a proporcionar uma defesa equivalente ao Artigo 5 da Otan.
Em relação à questão mais espinhosa, as cessões territoriais que a Rússia reivindica, Zelensky reconheceu que neste momento há duas opções sobre a mesa, das quais Kiev prefere a primeira, que consistiria em congelar a atual linha de frente.
A segunda consistiria na criação de uma ou várias zonas econômicas na parte da região de Donetsk que a Ucrânia ainda controla, mas que é reivindicada pela Rússia, algo que, no entanto, só seria analisado uma vez que Kiev tenha recebido garantias de segurança suficientes.
Conteúdo editado por: Fábio Galão


