
A declaração do ministro da Educação, Camilo Santana, de que o governo Lula estuda aplicar o Enem em países do Mercosul abriu críticas entre estudantes brasileiros. A proposta prevê que a prova seja realizada em português na Argentina, no Uruguai e no Paraguai já a partir de 2026, caso os estudos sejam concluídos até março do próximo ano.
O MEC pretende permitir que brasileiros e estrangeiros que vivem nesses países façam o exame fora do território nacional. Atualmente, o Enem só é aplicado dentro do Brasil e pode ser utilizado para ingresso em universidades públicas e privadas.
Camilo Santana afirmou que ainda não há informações sobre o custo da operação internacional. O ministro também não esclareceu se haveria aumento no número de vagas diante da entrada de novos concorrentes.
Camilo falou ainda que recebeu demanda durante reuniões do Mercosul para ampliar o acesso de estudantes da região às universidades brasileiras.
Após o anúncio, redes sociais foram tomadas por reprovações. Estudantes afirmaram que o governo está ignorando prioridades internas enquanto amplia o alcance do exame. “Parabéns pro povo brasileiro que vai pagar faculdade pra estrangeiro”, escreveu uma usuária.
Outro estudante comentou que “já não basta competir com os filhos de papai do Brasil, agora teremos que competir com os filhos de papai da Argentina, Uruguai e Paraguai”.
A falta de vagas foi o ponto mais repetido entre os comentários. “Não tem vaga nem para o brasileiro. O governo parece mais preocupado com a aparência fora do país do que com a educação dentro dele”, rebateu outra estudante.