Ex-primeira-ministra de Bangladesh condenada à morte

Sheikh Hasina foi declarada culpada de ordenar a repressão dos protestos que provocaram sua queda em 2024, nos quais morreram pelo menos 1.400 pessoas, segundo a ONU

  • Por Jovem Pan
  • 17/11/2025 08h30 - Atualizado em 17/11/2025 08h31
LUDOVIC MARIN / AFP Esta foto, tirada em 11 de setembro de 2023, mostra a primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, aguardando a chegada do presidente francês Emmanuel Macron (não retratado) no gabinete da primeira-ministra durante sua visita de dois dias a Dhaka. Um tribunal de Bangladesh condenou, em 17 de novembro, a ex-primeira-ministra Sheikh Hasina à morte por crimes contra a humanidade, com aplausos irrompendo no tribunal lotado quando o juiz leu o veredicto. Hasina, de 78 anos, desobedeceu às ordens judiciais para que retornasse da Índia para comparecer ao seu julgamento sobre se ela ordenou uma repressão mortal contra um levante liderado por estudantes que a depôs. A ex-primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina

A Justiça de Bangladesh condenou nesta segunda-feira (17) a ex-primeira-ministra Sheikh Hasina à morte, depois que ela foi declarada culpada de ordenar a repressão dos distúrbios que provocaram sua queda em 2024, nos quais morreram pelo menos 1.400 pessoas, a maioria civis, segundo a ONU.

“Todos os elementos (…) constitutivos de um crime contra a humanidade estão reunidos”, declarou o juiz do tribunal de Dacca, Golam Mortuza Mozumder. “Decidimos impor uma única pena, a pena de morte”, acrescentou.

Hasina, 78 anos, sempre negou as acusações e foi julgada à revelia. Ela fugiu de helicóptero para a Índia em agosto de 2024. Os juízes consideraram a ex-primeira-ministra culpada de várias acusações relacionadas a crimes contra a humanidade, em particular por incitar e ordenar assassinatos, segundo o veredicto.

Após a sentença, Hasina, que foi a chefe de Governo do país por 15 anos, afirmou que o veredicto tinha “motivações políticas”. “As sentenças proferidas contra mim foram ditadas por um tribunal manipulado, estabelecido e presidido por um governo não eleito e sem mandato democrático”, declarou em um comunicado.

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A decisão do tribunal de Dacca era muito aguardada no país de mais de 170 milhões de habitantes, que se prepara para as próximas eleições legislativas dentro de três meses. A polícia da capital foi mobilizada para garantir a segurança nas imediações do tribunal e em todos os pontos estratégicos da cidade.

*Com informações da AFP